Startups que comunicam crescem mais rápido. Descobre como usar a assessoria de imprensa como alavanca de reputação, tração e investimento.
Nos últimos dez anos, o ecossistema de startups em Portugal e na Europa conheceu um crescimento exponencial, impulsionado por hubs tecnológicos, políticas de incentivo à inovação e uma nova geração de fundadores com ambição global. No entanto, esse crescimento acelerado expôs também uma lacuna crítica: a ausência de uma estratégia sólida de comunicação desde os primeiros estágios de desenvolvimento.
Ao contrário das empresas estabelecidas, as startups não dispõem de marcas consolidadas, histórico mediático ou redes de influência estabilizadas. Isso torna a construção de visibilidade e credibilidade uma tarefa urgente — e estratégica. A imprensa continua a ser, neste cenário, um dos principais vetores de validação externa, captação de atenção e diferenciação no mercado.
A assessoria de imprensa para startups não é um luxo reservado a rondas de investimento ou grandes lançamentos. É um ativo de posicionamento contínuo, essencial para:
- Atrair investimento
- Reforçar autoridade junto de clientes e parceiros
- Captar talento qualificado
- Responder a crises reputacionais com rapidez e transparência
O contexto específico das startups — velocidade, risco e invisibilidade
A natureza das startups impõe um triplo desafio à comunicação institucional:
1. Crescem mais rápido do que conseguem estruturar
A empresa nasce com cinco pessoas, e em três meses tem cinquenta. A estratégia, a cultura, o produto — tudo muda. O que era verdade ontem, hoje já está obsoleto. A assessoria de imprensa precisa de operar num modo altamente adaptativo, acompanhando a narrativa sem cristalizar uma identidade que ainda está em formação.
2. Vivem no limiar entre validação e esquecimento
Startups não têm décadas de marca nem histórico de confiança. Têm de construir reputação em tempo real, com cada pitch, cada demo, cada menção na imprensa. Uma única peça num meio relevante pode significar a atenção de um investidor ou o primeiro contrato empresarial.
3. Falham muitas vezes — e publicamente
O erro faz parte da jornada. Mas se não for bem comunicado, torna-se fatal. Uma app que falha no lançamento, um serviço que colapsa num evento, um investimento que não se concretiza… tudo pode ser arma para os concorrentes — ou oportunidade de mostrar transparência e resiliência.
A assessoria de imprensa para startups é, portanto, muito mais do que um serviço. É um mecanismo de sobrevivência reputacional num ecossistema onde ser conhecido é tão importante quanto ser bom.
Por que razão a assessoria de imprensa é uma necessidade estratégica — e não um luxo
É frequente encontrar fundadores que encaram a comunicação como uma função secundária — algo a considerar apenas quando “houver tempo” ou quando “as vendas já justificarem visibilidade”. Esta visão é um erro de base.
A assessoria de imprensa para startups cumpre quatro funções estratégicas essenciais desde o primeiro momento:
1. Validação externa
Startups vivem (e morrem) com base em perceções. Quando uma marca é referida em meios de comunicação credíveis, essa validação gera confiança junto de investidores, parceiros comerciais, talento e clientes. É o princípio de autoridade aplicado ao ecossistema empresarial: se os media falam de ti, és relevante. Se ninguém fala, não existes.
2. Gestão de narrativa
Sem assessoria, a narrativa de uma startup é moldada por terceiros — concorrentes, ex-colaboradores, clientes insatisfeitos. Com assessoria, a marca define as mensagens-chave, estabelece a sua proposta de valor e lidera o enquadramento mediático.
3. Apoio à captação de talento
Profissionais qualificados procuram trabalhar em empresas com propósito, visibilidade e liderança reconhecida. A presença regular na imprensa reforça a reputação da cultura da startup e melhora a perceção externa da sua solidez e potencial.
4. Resistência reputacional
Startups falham — e muitas vezes em público. Uma comunicação institucional bem construída desde cedo permite mitigar danos reputacionais quando ocorrem falhas técnicas, críticas negativas ou reestruturações internas.
Investir em assessoria de imprensa não é “gastar para parecer bonito”. É estruturar reputação antes de ela ser testada.
Erros comuns cometidos por startups ao comunicar com os media
Mesmo startups com produtos revolucionários e equipas de excelência falham na comunicação mediática. Na maioria dos casos, não por falta de valor — mas por erros evitáveis que comprometem a perceção externa.
1. Lançar comunicados sem noticiabilidade
Muitas startups confundem novidade com interesse jornalístico. “Lançámos um novo website” ou “contratámos um estagiário” não são, por si só, notícias. Falta contexto, impacto e relevância para o público do jornalista.
2. Contactar jornalistas de forma genérica
Enviar o mesmo email para dezenas de redações sem personalização é uma prática que destrói relações antes mesmo de começarem. Os jornalistas procuram informação segmentada, bem estruturada e relevante para o seu foco editorial.
3. Envolver assessoria apenas “quando for preciso”
Muitas startups só recorrem à assessoria em momentos de crise ou lançamento. O resultado é uma comunicação reativa, descoordenada e pouco credível. Comunicação eficaz exige consistência, planeamento e ritmo.
4. Falta de formação dos fundadores como porta-vozes
Mesmo com assessoria profissional, se os fundadores não souberem comunicar com clareza, carisma e domínio da narrativa, perdem-se oportunidades em entrevistas, painéis e media relations.
A assessoria de imprensa para startups deve começar por educar os seus fundadores e equipas sobre como, quando e porquê falar — e sobretudo, o que nunca dizer.
Fases de uma startup e a adaptação da comunicação
A estratégia de assessoria de imprensa deve acompanhar as diferentes fases do ciclo de vida de uma startup, com objetivos, canais e narrativas distintos.
Fase 1: Ideação e MVP
Objetivo: construção de credibilidade e primeiras aparições mediáticas.
- Comunicar o problema que se quer resolver
- Destacar a equipa fundadora e a visão
- Procurar media especializados e nichos (ex: podcasts de inovação)
Fase 2: Validação e primeiras vendas
Objetivo: reforçar tração, angariar parceiros e captar talento.
- Comunicar primeiros clientes, provas de conceito e feedback
- Trabalhar com estudos de caso e narrativas de impacto
- Apresentar fundadores como fontes de referência no setor
Fase 3: Escala e investimento
Objetivo: ganhar visibilidade ampla e reconhecimento de mercado.
- Comunicar rondas de investimento com dados claros
- Criar press kits multimédia para facilitar cobertura
- Ativar influencers B2B e media de negócio
Fase 4: Maturação e internacionalização
Objetivo: consolidar reputação e entrar em novos mercados com autoridade.
- Comunicar casos de sucesso, expansão geográfica e prémios
- Reforçar comunicação institucional e thought leadership
- Ajustar mensagens a cada mercado e cultura mediática
A assessoria de imprensa para startups deve, em cada etapa, agir como um acelerador de narrativa coerente com o momento estratégico da empresa.
Como estruturar uma estratégia de imprensa eficaz com poucos recursos
Startups não têm orçamentos ilimitados — mas podem criar impacto se forem inteligentes na forma como planeiam e executam a sua comunicação. Eis como desenhar uma estratégia de assessoria de imprensa com recursos limitados:
1. Definir objetivos claros e realistas
- Queremos ser conhecidos por quê?
- Quem queremos alcançar com esta comunicação?
- O que é sucesso em termos de imprensa: visibilidade, autoridade, leads?
A clareza estratégica evita desperdício de tempo e energia.
2. Construir uma base de contactos relevante
Não é preciso ter acesso a “mil contactos de jornalistas”. É mais eficaz construir uma lista de 15 a 20 nomes altamente alinhados com o setor da startup, com histórico de cobertura e interesse no tema.
3. Criar um press kit digital simples e funcional
Deve incluir:
- Logótipos
- Biografias dos fundadores
- Fotos profissionais
- Factos rápidos (fundação, clientes, funding)
- Contactos diretos
Este kit poupa tempo aos jornalistas e aumenta as hipóteses de publicação.
4. Preparar um porta-voz credível
Treinar o fundador (ou um perfil técnico) para entrevistas rápidas, com foco em clareza, storytelling e mensagens-chave. O objetivo não é “decorar respostas”, mas dominar a narrativa com autenticidade.
5. Integrar imprensa com redes sociais e site
Toda a cobertura deve ser partilhada e amplificada nas plataformas da marca. Isto aumenta a visibilidade e reforça a autoridade junto das suas próprias comunidades.
Com foco, consistência e clareza, a assessoria de imprensa para startups torna-se uma ferramenta de alto retorno mesmo com baixo investimento.
O papel dos fundadores — não basta ser bom, é preciso saber contar
Na maioria das startups, o fundador é a cara da marca. Mas ser bom líder técnico ou gestor de produto não garante capacidade de comunicação pública. E sem essa capacidade, perde-se a oportunidade de transformar cada interação com a imprensa num ponto de reforço de reputação.
A assessoria de imprensa deve preparar os fundadores para:
1. Serem fontes de autoridade no setor
Responder a tendências, comentar notícias, propor temas — e com isso reforçar o posicionamento da marca como líder de pensamento.
2. Gerir entrevistas com clareza e eficácia
- Falar para o público final, não para os pares técnicos
- Evitar jargão e termos fechados
- Usar metáforas, analogias e exemplos práticos
- Repetir mensagens-chave com coerência
3. Demonstrar cultura e propósito
Startups não são apenas produtos — são visões do mundo. Os fundadores devem ser capazes de comunicar o porquê por trás do que fazem. Isso humaniza, diferencia e fideliza audiências.
Métricas e indicadores — como avaliar o retorno da assessoria de imprensa para startups
Uma das dúvidas mais frequentes entre fundadores é esta: como medir o impacto da assessoria de imprensa? A resposta não está apenas nos números brutos de clipping ou de publicações, mas na análise qualitativa daquilo que foi alcançado e do que isso gerou a jusante.
Eis os principais indicadores que realmente importam para startups:
1. Visibilidade relevante
- Número de menções em meios estratégicos para o setor
- Alcance estimado das publicações
- Distribuição geográfica e segmentada das aparições mediáticas
2. Qualidade da cobertura
- Existência de mensagens-chave citadas (nomeadamente visão, diferenciação e posicionamento)
- Citações diretas dos fundadores ou especialistas internos
- Tom editorial: neutro, positivo, crítico, alinhado
3. Impacto reputacional
- Aumento de pesquisas pela marca
- Novos seguidores em redes sociais após aparições mediáticas
- Convites para eventos, entrevistas ou colaborações
4. Conversões estratégicas
- Leads qualificados que referem a imprensa como ponto de contacto
- Abordagens de investidores após coberturas relevantes
- Fecho de parcerias com base em visibilidade adquirida
A assessoria de imprensa para startups deve ser avaliada não apenas pelo que “sai na imprensa”, mas por quanto valor estratégico isso gera no percurso de crescimento da empresa.
Quando e como escalar a comunicação com uma agência
Muitas startups começam por gerir a comunicação internamente. Mas há um ponto de inflexão em que profissionalizar e escalar a estratégia se torna inevitável. Eis quando isso tende a acontecer:
- A startup entra em mercados internacionais
- A exposição pública cresce e exige controlo da narrativa
- Há um pipeline regular de novidades (investimentos, parcerias, produto)
- Começam a surgir convites para painéis, entrevistas, podcasts — e falta estrutura para responder
Nessa altura, deve-se procurar uma agência com:
- Experiência no ecossistema startup e tecnologia
- Capacidade de trabalhar com agilidade e autonomia
- Rede de contactos em meios nacionais e internacionais
- Visão estratégica, e não apenas tática
A transição para uma agência não substitui o envolvimento dos fundadores — reforça-o com inteligência, método e resultados escaláveis.
A comunicação é uma vantagem competitiva — desde o primeiro pitch
A maior diferença entre startups que sobrevivem e startups que lideram não está apenas na tecnologia, equipa ou funding. Está, cada vez mais, na forma como constroem, protegem e amplificam a sua reputação.
A assessoria de imprensa para startups é um ativo estratégico desde o primeiro dia. Não como acessório de visibilidade — mas como infraestrutura de credibilidade, tração e autoridade. É ela que permite transformar conquistas em perceção de valor, erros em provas de maturidade, e produto em promessa reconhecida.
Quem comunica, cresce. Quem se cala, desaparece.