Pôr do Sol é a anti-novela de comédia dramática e sátira criada para a RTP que vai contra todos os cânones de produção de entretenimento televisivo! O que podemos retirar de ensino para as RP?
O mês de Agosto é naturalmente um mês de férias em Portugal, mas também significa reencontros, festas populares, muita diversão e em 2021 e 2022 também significou Pôr do Sol.
Pôr do Sol é a anti-novela de comédia dramática e sátira criada para a RTP que vai contra todos os cânones de produção de entretenimento televisivo! Os criadores Manuel Pureza, Henrique Dias, Rui Melo procuraram dar azo à sua fértil imaginação e criar um conceito onde as únicas regras existentes são: ser non-sense e ligar o argumento à cultura pop portuguesa.
Este alinhamento, criado nas duas temporadas da série, permite que tudo seja possível e que a trama e o argumento possam ter mudanças até ao último minuto do último episódio, captando assim a atenção dos espectadores da série até ao fim.
Esta série foi uma lufada de ar fresco no panorama português de produção de entretenimento, a qual procurou em todos os momentos diferenciar-se de tudo o resto que existe no mercado, sem preconceitos e sem estigmas. Isto faz-lhe lembrar alguma coisa?
Não era isto que gostaria de fazer à sua marca para se diferenciar da concorrência? Não é isto que tantas vezes se discute nas reuniões de gestão e de marketing?
O que pode aprender com esta série é bem simples:
1 – Saber o que se é!
Saber o que se é, significa ter os valores da marca bem definidos e bem enraízados nas equipas de trabalho. Não há nada mais difícil que ter uma marca, onde as pessoas não sabem quais os seus valores, o que as deve mover pela marca. Este conhecer os valores, permite que a marca possa ter uma abordagem totalmente única, pois temos de ser muitos sinceros, em mercados que não existe grande diferenciação.
2 – Não se levar a sério
Ao sabermos os valores da marca e ao termos as equipa a reverem-se nestes, uma coisa é certa, a descontração e a empatia entre colegas e com a marca aumenta naturalmente. Isso leva a que as pessoas, que são quem realmente compõe a marca, comecem a não se levar tanto a sério. Isto é fantástico! Porque ao não se levarem tão a sério, começam a procurar formas diferentes de abordar os temas e as situações e é aí que começa a criatividade a fluir.
3 – Saber muito bem ao que se vai
Só porque não nos levamos a sério, não quer dizer que não saibamos muito bem para onde queremos ir. Pelo contrário, é mesmo necessário saber para que tudo faça sentido no final do dia. As equipas da marcas, começam a procurar desde o primeiro momento planear e alinhar as suas expetativas com os planos traçados, usando-os como linha condutora do seu trabalho para alcançar o sucesso que todos pretendem.
4 – Em tudo existe uma estória
Se há coisa que nos prende na série é a sua estória (por muito descabida e exagerada que seja). Uma estória bem contada, prende a audiência e consegue despertar audiências que nem imaginava ser possível ou que teria interesse. Porém é um processo de paciência, que no caso do digital pode ter umas “injeções” de performance para apressar os resultados.
5 – A surpresa é obrigatória
No processo comercial, os clientes procuram sempre ser surpreendidos. Seja por terem uma oferta, seja por terem um desconto, ou pela qualidade do produto ou do serviço exceder as suas expectativas. Nas Relações Públicas trabalha-se com percepções e imagem, por isso o elemento surpresa é extremamente importante. E a surpresa não precisa de ser nada demasiado grande e sumptuoso, por vezes é um simples cartão de agradecimento junto de uma encomenda ou compra, ou um simples e-mail de agradecimento por ter estado num evento ou ação da marca. No caso da série, além do fator surpresa do argumento, o próprio genérico era uma surpresa que nos levava a esperar para saber quem seria o artista que iria cantar e apresentar a sua versão de uma música simples e repetitiva onde o copy é: Pôr do Sol.
